Brüno

Temos aqui um filme com bolinha... Antes de mais, há-que saber para o que se vai quando se compra um bilhete para ver Brüno. Se ficaram chocados com Borat, não se atrevam a ir ver a nova aventura de Sacha Baron Cohen: arriscam-se a sair da sala a meio, e não têm direito a reembolso. Depois, não pensem que a classificação M/16 não deve ser levada em conta. Fiquei de boca aberta quando vi um homem a sair da sala com a filha bem criança (nem sei como é que manteve lá a garota 20 minutos).


O enredo do filme (se é que se pode chamar isto), assemelha-se muito ao de Borat. Temos a personagem controversa de Cohen a visitar os EUA e a entrar em colisão com a população norte-americana. Continua a crítica e sárita feroz à sociedade americana, bem como o estilo de documentário, que na maior parte dos "sketches" é mesmo uma espécie de apanhados. Criar situações reais e provocatórias que expõem as verdadeiras reacções dos vários estereótipos norte-americanos que todos conhecemos é o verdadeiro trunfo do filme e da sua estrutura. E temos que admitir: Brüno tem tomates para ter feito o que fez! Mesmo ficando na dúvida do quão real ou encenada é a provocação de Brüno, continuamos sempre com aquele espanto e desconforto perante as aparatosas peripécias deste gay nos Estados Unidos.


À parte dessas situações inteligentemente criadas, o resto é sexo. Muito sexo atirado à cara durante todo o filme. E não vem tudo com um quadrado preto em cima a censurar. E esta parte mantém-se na linha da provocação. Mas agora já não só os actores ou os americanos apanhados por Brüno que são atropelados pela nudez e frontalidade homossexual. Somos nós, os espectadores, que são provocados e postos à prova, estando aqui latente o espírito destemido de Sacha Baron Cohen. Como é que reagimos quando nos atiram com um pénis a balançar à cara? Aproveitem e contem quantas pessoas não aguentam e saem antes do filme acabar.

Desta feita, as peripécias do gay austríaco Brüno acabam muito por ser um filme pornográfico: a história so lá está para nos sujeitar a várias cenas de sexo e controvérsia, acabando estas por funcionar na perfeição como sketches independentes. É por isso que, apesar da genialidade e ferocidade de Cohen, Brüno funciona muito melhor como série de televisão do que como filme, pois tal como nos filmes pornográficos, a história é criada para mostras cenas, em vez das cenas serem criadas para contar a história. Mesmo assim, é melhor termos um Brüno nos cinemas, do que mais uma gasta e repetida comédia romântica. Haja originalidade!

Para terminar, aqui ficam 10 razões para ir ver Brüno, pelo próprio Brüno:
  1. Hello? I'm in it.
  2. Brüno is a flamboyantly gay entertainer who makes people uncomfortable, like David Letterman.
  3. Harry Potter isn't the only movie character who's good with his wand.
  4. I do a lot of this.
  5. It's rated "F" for fabulous.
  6. Don't you want to see a crazy gay austrian who isn't the Governor of California?
  7. If you ask nicely, the guys behind the candy counter will rub the chemical butter all über your buttocks.
  8. I'm sorry, I got distracted by how delicious I look.
  9. Features lots of suggestive words like "Bratwurst" or "Schintzel".
  10. It's like Transformers, but not as gay.
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