Public Enemies
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Muito tempo para pouco argumento.

O elenco, o género e o realizador do filme foram factores que ajudaram à mediatização e consequente crescendo de expectativas em torno do mesmo. Foi então determinante para a maior desilusão que o acompanhou após a estreia. Michael Mann (Colateral e Miami Vice) toma conta da câmara nas cenas de perseguições e tiroteios com um trotar e cambalear que segue as personagens em vez de simplesmente as seguir fluentemente, enquanto que causa a claustrofobia necessária para causar o desconforto do próprio Dillinger (Depp) quando procura passar despercebido entre a multidão do cinema. A escolha de limitar o filme ao período final de Dillinger, a que corresponde a época de transição dos anos 30 em que J. Edgar Hoover cria o que vem a ser o FBI, faz perder um pouco da evolução da personagem que seria importante para manter o interesse do público em Dillinger. Tanto tecnicamente (com a fotografia e banda sonora), como em pequenos sub-plots, o filme transmite impressionantemente o espírito e tom da Depressão dos anos 30, espelhando bem o clima dessa época.
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Já quanto ao desenrolar do enredo, acaba por não haver muito para além do que já esperávamos e seria inevitável: com assaltos, perseguições, capturas e fugas pelo meio, Dillinger é morto pelo FBI no final do filme sem vermos uma verdadeira trama capaz de nos despertar o interesse ou algum espanto, já que tudo se passa muito previsivelmente. Nem mesmo o seu caso romântico com Billie (Cotillard) soube ser explorado, acabando por existir puramente por fidelidade ao que aconteceu. Além do mais, nem o casal tem aquele trovão de Bonnie & Clyde, embora Marion Cottilard agarre o pouco que tem e o tente transformar em muito. Já Bale, continua no insuportável piloto automático que parece manter desde Batman, vísivel também no mais recente Terminator. Johnny Depp aqui num papel bastante diferente ao que nos habitua, num registo mais discreto, mas aproveitando o forte personagem que interpreta, com a sua intensidade dramática latente na representação de Depp.

Com tudo isto, acentua-se a inexistente exploração do argumento que aborrece durante as duas horas e vinte para aqueles que, como eu, esperavam mais um filme de gangsters do que um filme de época, acabando por ser o equilíbrio entre estes dois que denota o filme da sua sensibilidade e ao mesmo tempo da sua violência, que não chega a ser suficiente para despertar um interesse mínimo durante o extenso filme.
Up

Mas que aventura...

Comecemos por isto: fui com as expectativas no máximo! E não tanto à espera de algo assim. Os últimos dois filmes da Pixar elevaram a fasquia num nível altíssimo e tinham histórias homogéneas no que toca à fronteira entre o que atrai os adultos e o que fascina as crianças. Em Up, é clara a linha que separa as duas principais linhas narrativas do filme: a comovente e belíssima história de Carl Fredricksen (excelente personagem, ao nível de Remy ou Wall-E), o velhote que ambiciona cumprir o desejo da sua falecida mulher, e a mirabolante cruzada por Kevin, a ave rara que o explorador Charles Muntz desesperadamente procura.

Nos primeiros minutos do filme somos transportados pela vida do casal Carl e Ellie numa excepcional e poética montagem de quatro minutos, que, sem quaisquer diálogos ou efeitos sonoros, nos faz sentir mais envolvidos e ligados com aquele casal apaixonado do que em filmes inteiros de romance, tanto graças aos que vemos como à música de Giacchino (é fantástico como com uma simples imagem nos apercebemos da infertilidade de Ellie). Frustrado com a sua vida sem Ellie e com o progresso à sua volta, Carl decide partir na sua casa rumo a Paradise Falls, culpado por não ter satisfeito o mais antigo desejo da falecida esposa. Acidentalmente, Carl ganha a companhia de Russel, um escuteiro trapalhão que transforma esta aventura numa verdadeira história de avós e netos, tal como é habitual nos filmes da Pixar [a temática da família]. Todas estas peripécias e transtornos inerentes à vida real e ao nosso mundo poderiam ter sido mais bem aproveitados, mas o filme acaba por enveredar numa aventura bem mais complicada, envolvendo cães falantes, aves exóticas e um explorador sem escrúpulos. E é aí que Up tem o seu defeito: é demasiado ambicioso e acaba por ficar num desequilíbrio sem sabermos bem que tipo de filme quer ser, talvez pela necessidade de agradar aos mais novos. Embora nada disto nos aborreça, ficamos com a sensação de que Up podia ter sido abordado de uma forma mais séria, já que a vontade de Carl e o seu amor para com Ellie (que acaba por se personificar na casa) resultariam perfeitamente num filme deveras sentimental e mais direccionado ao público adulto.

O possível descontentamento com o desvio da história de Carl e da sua casa, para destaque da perseguição de Kevin, é facilmente esquecido pela fantástica aventura cheia de entusiasmo e emoção, como só sentimos em filmes como Raiders Of The Lost Ark, que Up nos proporciona. Enquanto que preferia a concentração total na comovente e penetrante cruzada de Carl, não deixo de pensar que o filme deslumbrou na abordagem aventureira e divertida muito bem conseguida, tornando-o provavelmente no filme mais "funny" da Pixar. Tudo isto com um estilo muito clássico, que claramente define Up, ao oposto do futurismo de Wall-E.

Michael Giacchino, que já tinha dado provas de mestria em The Incredibles e Ratatouille, cria um tema musical fantástico que acompanha na perfeição o espírito aventureiro e a tal classicidade dos filmes de Hollywood, embora talvez usado excessivamente. Quanto à imagem, pfuuu... O que é que há para dizer? A Pixar deslumbra novamente com a tecnologia que sabe utilizar como ninguém, principalmente com a oportunidade que tiveram de retratar paisagens fabulosas e lugares exóticos, em que o 3D se fez notar na percepção de profundidade, apesar de limitar um pouco as cores e o ecrã de filme (o melhor é mesmo ver a versão original, que não está disponível em 3-D). As texturas, cores, criaturas, paisagens e tudo o resto estão deslumbrantes e cada vez mais perfeitas. Pete Docter cumpre com distinção o seu segundo trabalho como realizador (Monsters Inc. em 2001). A Pixar sabe mesmo o que está a fazer. Up é Altamente!
Ready, Set, Up!

Bilhete - Check!
Óculos 3d - Check!

Here I go!
Um dia para UP
A um dia da estreia de UP, descobri um pequeno souvenir na Fnac. É claro que existe muita tralha do UP nos USA ou noutros países, mas cá em Portugal de certeza que não. Vamos ver se encontro muita coisa... Por agora, cá fica a caixa com 3 figuras do filme, na elevada quantia de 19,95€.
Sim, já devia ter falado nisto há mais tempo:
Por esta altura já devem saber, mas Diogo Morgado vai participar no filme Mary, Mother Of Christ. O actor português tem a cargo o papel de José (sim, esse José) e vai contracenar com Al Pacino, Julia Ormond e Peter O'Toole (sim, esse Peter O'Toole!!!). Escusado será dizer que é uma verdadeira honra para Diogo Morgado e um motivo de orgulho nacional o seu envolvimento neste filme de James Foley.
Muitos Parabéns Diogo! Ficamos à espera.
Atenção à Fnac
O Outlet Fnac tem tido umas oportunidades jeitosas. Fiquem de olho...

Munich - 6,99€
Million Dollar Baby Ed. Especial - 7,99€ (estes dois ja vêm a caminho eheh)
No Country For Old Men - 9,99€
There Will Be Blood - 9,99€
Cloverfield Ed. Especial - 9,99€
In Bruges - 9,99€
La Vie En Rose - 7,99€
Michael Clayton - 6,99€

O raio da trilogia do Padrinho é que teima em ficar esgotada!!!
Vamos ouvir quem sabe...
A AMPAS (NegritoAcademy of Motion Picture Arts And Science, para quem não sabe) tem atingido uns níveis elevadíssimos de estupidez. Comecemos pela estapafurdia decisão de elevar o número de nomeados a Óscar de Melhor Filme para 10. Ehh que fixe, são tão porreirinhos estes senhores... Agora já vai haver muito mais gente lá em casa a interessar-se pela cerimónia da Academia (sarcasmo! sarcasmo!). Pelo menos não se atreveram a nomear The Dark Knight este ano. Decisão nº2 com grau de estupidez superior a 90%: retirar da cerimónia a entrega dos galardões honorários e passá-la para uma celebração privada, em Novembro. Ehh que fixe, são tão porreirinhos estes senhores... Agora as pessoas lá em casa já não vão precisar de fazer zapping na altura em que entregariam um prémio a uma pessoa que não fazem ideia de quem seja (sarcasmo! sarcasmo!).
A busca desesperada pelas audiências está a transformar os Academy Awards num espectáculo televisivo, quando o boejctivo principal seria uma celebração cinematográfica. É tanta a vontade da AMPAS de agradar ao público, que se banaliza o selo de "Nomeado ao Óscar de Melhor Filme" e se desprezam as grandes personalidades do cinema que mereciam uma homenagem e uma celebração perante os milhões de telespectadores por todo o mundo. Apenas pela audiência dos que não vêm o cinema com os olhos de poucos, despreza-se a história duma arte que tem mais de 100 anos. Shame on you!
Recentemente, Meryl Streep veio sugerir a realização da cerimónia o mais cedo possível, talvez até 1 de Janeiro. Ela própria também não acha que a duplicação dos nomeados seja solução, mas que antecipar a cerimónia para antes de todas as outras entregas (Golden Globes, SAG Awards, Bafta, etc.) iria cativar o público para assistir à entrega dos Óscares. Ora aí está uma ideia que não iria de qualquer forma menosprezar a sétima arte ou prejudicar a qualidade da celebração cinematográfica que são os Óscares da Academia. Ouçam a senhora...

As time has gone on, so many other televised award shows precede the Oscars, and I do think that’s diluted their importance…Certainly, everybody seems exhausted by the time the same people have trampled up on stage at the Golden Globes, the SAGs, the Broadcast Film Critics, the Baftas….There are so many now and they’re all on TV. I mean, you wanna see some real acting? Watch somebody who’s won five times before they get to the Oscars, then they get up on stage and they do the performance of, ‘Oh! Yes!’ Wow, that’s a big job! And who could blame them?…I think the Academy should move it up to Jan. 1 and preempt everybody else. That is the big Kahuna, it’s the one that counts. And I think it’s just so bizarre that they allow themselves to be the caboose
It's NOT Complicated
Não é complicado perceber que o filme valerá a pena pelo seguinte: Meryl Streep. Que regalo... Bem, não esqueçamos Nancy Meyers, sim, aquela que escreveu e realizou Something's Gotta Give, com Jack Nicholson e Diane Keaton. Para dizer a verdade, o trailer não surpreende, mas para mim, Streep chega para me convencer. E convencido estou. Venha It's Complicated.

Uma nota no Harry Potter
Sim, fui mauzinho a opinar no Half-Blood Prince. Mas não, não me esqueço da fotografia do filme. Mas e depois, não é só isso que conta. O filme foi um descalabre no argumento, na história, no ponto principal de tudo isto. Porque é que se fazem mais filmes? Por haver uma história para contar. Aqui não foi contada história nenhuma. Quem não leu o livro, foi ver o filme e não percebeu nada, ou então pensa que J.K.Rowling é uma pobre escritora.
Aliás, ainda me faltou falar da banda sonora. Que tristeja, tiveram um dos melhores compositores do mundo do cinema, John Williams, e agora têm um medíocre compositor de televisão, Nicholas Hooper. Sei que já há petições para trazer de volta John Williams para terminar a saga. Procurem-nas e vejam se ajudam a melhorar os últimos filmes, para que não sejam a pobreza que foi este.
Sim, hoje não estou para dar abébias a nenhum.
Dobrado ou legendado: eis a questão
Já sabemos que a abordagem às crianças prevalece sempre e, como tal, não será de admirar que a maioria dos filmes de animação tenha a sua versão dobrada nas salas de cinema. Os adultos acabam por ser um pouco repelidos, já que estes filmes acabam por ser comercializados como filmes para crianças, mesmo aqueles que o não são. Com tudo isto, um grupo mais restrito acaba por ser esquecido: os que apreciam verdadeiramentes obras cinematográficas, como a aque promete ser UP.
Vejemos que por terras de Camões as exibições com tecnologia 3D (uma estreia para os filmes da Pixar) do filme UP estão disponíveis apenas para as versões dobradas do filme. É verdade que há filmes que já não vejo se não forem com as vozes portuguesas que já conheço desde a infância, como é o caso de O Rei Leão e Toy Story, mas mesmo assim agradeço poder escolher. Pior pior foi ver o The Simpsons Movie com vozes portuguesas. Depois de anos e anos a ouvir os D'Oh de Homer na RTP2, foi um descalabre ouvir um português a gritar no corpo do meu homem amarelo favorito.

E já me ia esquecendo que, em Portugal, Up chama-se Altamente...
Ice Age 3: Dawn Of The Dinossaurs
A Idade do Gelo, Outra Vez!

Não me vou estender com este filme, porque o próprio também não fez para inovar ou sequer me cativar. Acaba por ser uma história igual a tantas outras, numa repetição de uma fórmula já muito usada: o já conhecido grupo perde um dos elementos, e os restantes partem em seu socorro. A adição de duas personagens novas (a doninha Buck e a esquila matreira) não salvam o filme da sua cansativa e bocejante sensação de repetição. A perseguição da bolota continua a ser o ponto forte do filme, mas como tal é apenas um "sketche" que funciona fora da narrativa, em nada contribui para nos cativar para o enredo principal. Após alguns sorrisos ou mesmo gargalhadas, os bocejos prevalecem neste terceiro capítulo, que espero sinceramente que seja o último. Não é mau, mas também não é bom. Se não traz nada de novo, fiquemos por aqui. Perdoem-me a frieza, mas tem que ser assim: curto e directo.
Sessão Dupla
Não há dúvida que a melhor sessão de cinema da televisão é a noite de sábado da RTP2. Há anos e anos que encontramos na Sessão Dupla pérolas do cinema escondidas na prateleira da RTP. Filmes que possivelmente não encontraremos editados em DVD no nosso Portugal e que muito dificlmente iremos ter com frequência na programação dos nossos canais. É, portanto, daquele género de oportunidades que não podemos deixar passar ao lado. É de estar sempre de olho na grelha de sábado da RTP2. No próxima sábado teremos Hitchcock a dobrar. Longa vida à Sessão Dupla.
Aproximam-se os reis do verão
Duas semanas, dois dos títulos mais aguardados do ano: Public Enemies e Up!
Michael Mann + Gangsters + Johnny Depp + Christian Bale parece ser a fórmula de sucesso deste verão. Não será de espantar que um filme de gangsters com um dos mais talentosos e bem sucedidos piratas de Hollywood se venha a tornar um grande blockbuster de verão. Até é natural, decerto que há imensa gente que receberá de bom grado uma escapatória no meio de Harry Potter's, Hanna's Montana's, comédias românticas vindas do mesmo molde e animações em 3D. Mas verdade seja dita, Up! sem dúvida que será uma lufada de ar fresco no meio da animação a computador que já tão vulgarmente se faz hoje em dia. É que a animação por computador deixou de ser um meio para contar histórias, mas antes uma forma de criar filmes, haja enredo ou não haja. É pena, mas felizmente podemos dar graças à Pixar por manter a qualidade e brio a que nos habitua desde a chegada do seu Toy Story aos cinemas em 1995. A cada ano, ficamos assoberbados com a capacidade que aquela equipa tem de nos surpreender com irrepreensíveis obras primas do cinema. E nisto tudo, vemos que a animação por computador é so um meio para nos contarem fabulosas histórias. E mais uma chegará para a semana. Estou ansioso...