Uma agradável comédia que nos dá vontade de fazer algo excepcional. Sim, somos normais, não somos excepcionais, mas podemos fazer muito mais do que aquilo que somos.
Com muitos paralelismos, o filme retrata duas histórias reais que se cruzam apenas através da cozinha. Julia Child (Meryl Streep) a fazer crescer a sua paixão pela cozinha na França da década de 50, simplesmente porque não tinha nada para fazer. Julie Powell (Amy Adams) em Nova York pós 11 de Setembro a ser salva de uma crise existencial através do livro de Child "Mastering The Art Of French Cook".
Julia Child: a corajosa, forte e amorosa americana que foi viver para Paris depois da 2ª Guerra Mundial descobriu a sua paixão e talento para a cozinha por um simples razão: adorava comer e não tinha nada para fazer. Os maneirismos de Streep e o seu dom para domar qualquer sotaque deram-nos uma Julia Child que facilmente nos convence da riqueza da pessoa e da sua entrega à cozinha. Pode parecer demasiada caricatural, mas bastará ver um dos antigos vídeos dos programas de culinária de Julia Child, que nos apercebemos rapidamente que ela é tão entregue, energética e característica quanto Streep a representa. O seu marido Paul (Stanley Tucci) tem uma tamanha importância em toda a personalidade de Julia que, sem esta dinâmica do casal, a sua vivacidade e alegria de viver não seriam a mesma. Desde os gags hilariantes de Julia Child na escola de culinária, até à emocionante concretização do seu livro, a deliciosa história da famosa cozinheira tem um gostinho especial só possível graças à ternura e simplicidade de Streep.
Julie Powell: a trintona, frustrada e sonhadora americana que trabalha num cubículo que não a deixa subir na vida. A sua vontade de querer fazer algo na vida de que se orgulhe leva-a a pegar no livro de receitas de Julia Child. 365 dias, 524 receitas. Um blogue onde regista o seu ano de entrega, sacrifício e concretização que a pouco e pouco tem cada vez mais seguidores. O seu fascínio por Julia chega a ser enternecedor a ponto de ser impossível não sentir compaixão pela determinada aspirante a escritora/cozinheira. Tal como para Julia, o marido de Julie (Chris Messina) torna-se mais do que um apoio, uma peça fundamental para esta se manter inteira e realizar-se pessoalmente. A promissora Amy Adams transmite uma doçura que derrete os corações de manteiga que se vão deliciar com estas duas horas tão agradáveis que, depois de ver o filme, dão uma vontade enorme de cozinhar um proeminente boeuf bourguignon. Tudo isto com comédia e drama q.b.
Não esquecer a partitura de Alexander Desplat (The Curious Case Of Benjamin Button) que recheia o filme com uma saborosa melodia. Nora Ephron consegue ainda sublinhar a importância de sermos normais. Não somos fantásticos nem conseguimos feitos grandiosos. E depois? Qual é o mal? Mesmo assim, saio da sala de cinema com uma vontade enorme de concretizar algo. Ainda bem. Que todos os filmes fossem assim. Uma receita perfeita para fugir aos apocalipses e aos vampiros que assombram as salas de cinema neste Inverno.
Com muitos paralelismos, o filme retrata duas histórias reais que se cruzam apenas através da cozinha. Julia Child (Meryl Streep) a fazer crescer a sua paixão pela cozinha na França da década de 50, simplesmente porque não tinha nada para fazer. Julie Powell (Amy Adams) em Nova York pós 11 de Setembro a ser salva de uma crise existencial através do livro de Child "Mastering The Art Of French Cook".
Julia Child: a corajosa, forte e amorosa americana que foi viver para Paris depois da 2ª Guerra Mundial descobriu a sua paixão e talento para a cozinha por um simples razão: adorava comer e não tinha nada para fazer. Os maneirismos de Streep e o seu dom para domar qualquer sotaque deram-nos uma Julia Child que facilmente nos convence da riqueza da pessoa e da sua entrega à cozinha. Pode parecer demasiada caricatural, mas bastará ver um dos antigos vídeos dos programas de culinária de Julia Child, que nos apercebemos rapidamente que ela é tão entregue, energética e característica quanto Streep a representa. O seu marido Paul (Stanley Tucci) tem uma tamanha importância em toda a personalidade de Julia que, sem esta dinâmica do casal, a sua vivacidade e alegria de viver não seriam a mesma. Desde os gags hilariantes de Julia Child na escola de culinária, até à emocionante concretização do seu livro, a deliciosa história da famosa cozinheira tem um gostinho especial só possível graças à ternura e simplicidade de Streep.
Julie Powell: a trintona, frustrada e sonhadora americana que trabalha num cubículo que não a deixa subir na vida. A sua vontade de querer fazer algo na vida de que se orgulhe leva-a a pegar no livro de receitas de Julia Child. 365 dias, 524 receitas. Um blogue onde regista o seu ano de entrega, sacrifício e concretização que a pouco e pouco tem cada vez mais seguidores. O seu fascínio por Julia chega a ser enternecedor a ponto de ser impossível não sentir compaixão pela determinada aspirante a escritora/cozinheira. Tal como para Julia, o marido de Julie (Chris Messina) torna-se mais do que um apoio, uma peça fundamental para esta se manter inteira e realizar-se pessoalmente. A promissora Amy Adams transmite uma doçura que derrete os corações de manteiga que se vão deliciar com estas duas horas tão agradáveis que, depois de ver o filme, dão uma vontade enorme de cozinhar um proeminente boeuf bourguignon. Tudo isto com comédia e drama q.b.
Não esquecer a partitura de Alexander Desplat (The Curious Case Of Benjamin Button) que recheia o filme com uma saborosa melodia. Nora Ephron consegue ainda sublinhar a importância de sermos normais. Não somos fantásticos nem conseguimos feitos grandiosos. E depois? Qual é o mal? Mesmo assim, saio da sala de cinema com uma vontade enorme de concretizar algo. Ainda bem. Que todos os filmes fossem assim. Uma receita perfeita para fugir aos apocalipses e aos vampiros que assombram as salas de cinema neste Inverno.
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