Potter em 3D, Titãs em 3D, tudo em 3D... (que medo)

O obeso sucesso de Avatar em 3D está a pôr os executivos da Warner Bros com cifrões nos olhos. Tanto Clash Of The Titans, como os dois capítulos de Harry Potter and the Deathly Hallows vão ser modificados para poderem usufruir (monetariamente) da tecnologia 3D. Esta notícia está-me a deixar doente (continua...)


O súbito interesse das produtoras de cinema norte americanas está-me a preocupar. Não me venham dizer que o 3D melhora a experiência, que nos aproxima dos filmes, etc. Isto é tudo uma questão de dinheiro. Depois do mega-sucesso de Avatar, a indústria norte-americana, que já é bastante dependente dos filmes fogo-de-artifício (Transformers, 2012, por aí fora), está a autodestruir-se com o 3D que vai invadir as salas de cinema nos próximos tempos. Vão ganhar imenso dinheiro com isto, e o que é que vai acontecer? Vão ser desprezados os excelentes filmes que não têm efeitos especiais? Estou é a ver uma grande parte do público a desinteressar-se por filmes em que não usem óculos e não lhes sejam atiradas coisas à cara.

O 3D, tal como a animação por computador, é uma ferramenta para se contar uma história. Nada substitui o poder de um bom guião, de boas interpretações e de uma boa realização. Com notícias como esta, só prevejo produtoras mais preocupadas com o artifício dos filmes do que com os argumentos. Discussões sobre Avatar à parte, é por coisas destas que é uma injustiça tremenda Tarantino e os seus Basterds não estarem a ser reconhecidos como deviam.
2 Responses
  1. Basta os bilhetes para 3D serem mais caros para os estúdios facturarem mais dinheiro. E o 3D será cada vais mais frequente nos filmes.


  2. Hugo Gomes Says:

    Eu que até n sou muito a favor ao 3D, porém mete medo essa paranoia de Hollywood em optar pelos fenomenos do momento, não podem simplesmente deixar o cinema respirar em paz. Agora entre nós, é por estas e por outras que estou a tornar cada vez mais adepto de um outro tipo de cinema, o que os americanos gostam de apelidar de "estrangeiro", pelo menos não se vende por tão pouco, nem pela moda. Sou sim, um fã do cinema puro!